"Como é vão sentar-se e escrever se você não se levantou para viver!
(Henry D. Thoreau)"


segunda-feira, 31 de maio de 2010

Vita



(1989-2010)


É... quer queira quer não, a vida passa. Pessoas crescem. Pessoas nascem. Pessoas morrem.



Durante essa caminhada, há fatos que nos fazem parar e refletir.

Confrontar o passado e presente, passar um "pente fino" na vida. Colocar as cartas do jogo da vida na mesa, sabe...

Perguntar a si próprio sinceramente: "E aí, o que eu fiz até hoje da minha vida?"

Será que a pessoa que agora sou é aquela que sonhava quando tinha 9 anos de idade?

Será que ainda há aquela criança dentro de mim? Será que posso olhar para trás e me orgulhar da pessoa que fui até hoje? Quantas vitórias, verdadeiramente, eu consegui? Quantos amigos podem contar comigo? Aliás, quantos amigos eu tenho? Será que fui um bom filho? Um bom pai? Será que em algum momento eu me sacrifiquei um mínimo por aqueles que tanto fizeram por mim? Será que alguma vez na vida eu mereci a confiança que alcancei?

Será que sou tão forte e feliz quão aparento ser?

..........Sem título.........

Sabe, são essas perguntam que atormentam, que me tiram o sono, que insistem em haver. É difícil ter nas mãos o projeto de um mega edifício, mas um terreno arenoso. É assim minha dicotômica "jihad" passado x presente.


..........Adolescência...........


Será que todas aquelas loucuras da adolescência valeram a pena? Será que aqueles conselhos "caretas" não eram o caminho certo a seguir? Será que deveria ter estudado mais? Eu vivi um bom tempo da vida destruindo e desconstruindo sonhos, meus e dos outros.

Vi, gostei e comprei o tão famoso estilo de vida "Carpe Diem", não me importava com o amanhã. Repetia sempre: "Acorde arrependido, mas não durma com vontade!" Não sei quantas noites me entreguei ao sono fora de casa; não sei com quantos anos experimentei álcool pela primeira vez; não tenho idéia de como foi, sequer, minha primeira vez; lembro quando "viajei" pela primeira vez; lembro do primeiro tiro; não lembro do primeiro trago. São coisas que hoje trago comigo. Lembranças de um passado insólito. Época de intensa "curtição", vivia no limite, à flor da pele. Pensava que o mundo girava em torno de mim. Não conhecia a palavra limite.

Fui o cara mais popular do colégio, o rebelde sem causa, o filho de papaizinho, o playboyzinho metido à besta do qual todos tinham inveja, odiavam, mas respeitavam. O carinha que já "pegou" quase todas as gurias que quiz. Aquele que aos olhos alheios tinha tudo que desejava. Fui a inspiração de muitos outros idiotas contemporâneos meus. Já fui preso. Fui mau exemplo para muitas famílias. Tudo começou quando eu fui o F.A.F. Anos dourados, anos negros.

Ouvia Nirvana e entrava em êxtase. Fumava marijuana com os amigos debaixo da ponte, com o pretexto de ir jogar peteca. Despertei tantas vezes o amor daquelas que tanto fiz sofrer. Fui canalha. Fui covarde. Fui frio. Calculista. Sempre acreditei que estava levando a melhor. Cheguei ao ponto de ser cruel com os outros e comigo mesmo. Sorria dos feios, dos gordos, dos estranhos, das meninas magras. Tinha olho clínico para diagnosticar defeitos alheios. Habilidade rara em caricaturizar terceiros. Sempre comparava alguém com algum personagem de desenho animado. Desrespeitei professores. Soltei bomba no colégio. Tomei suspensão. Fui expulso. Coloquei fogo na barraca da igreja. Bati o carro. Cai de moto. Pichei muros. Comprei companhia. Fisicamente, bati mais do que apanhei. Joguei bola, nunca fui reserva. Eu não tinha uma bola, eu tinha um campinho no quintal de casa. Eu queria ter sido jogador de futebol.


.........Infância........


Eu quero acreditar que fui uma boa pessoa na infância. Quero recordar os tempos em que estudei na Escola A Estrelinha. Fui ótimo aluno, exemplar. Gostei da Tamara e da Rosanne. Um dia eu machuquei o dedo jogando bola no recreio. A gente fazia fila para rezar o salmo 23 e cantar a primeira parte do Hino Nacional. Eu tinha uma professora muito bonita, ela tinha os olhos grandes. Naquele tempo eu tinha uma mochila de rodinhas e uma lancheira azul. Nos finais de semana eu visitava alguns tios e eles me davam chocolate, mas eu gostava de salgadinho. Eu tinha babá. Eu adorava jogar dama. Eu tinha um Super Nintendo. Jogava Mário e Mortal Kombate. Eu tive várias bicicletas. Uma vez eu desmontei um triciclo velho, peguei as rodas traseiras e coloquei na minha bicicleta, eu inventei a "tricicleta".


.......Amores........


Eu sei quando dei meu primeiro beijo, só não me lembro exatamente o nome da menina, Leidiane ou Lidiane, algo assim. Ela era mais velha, nos beijamos na escada da casa do padre. Era novena de algum santo, com certeza o santo da minha cidade. Não sei quem era o santo daquela época, mas lembro que o padre da minha cidade bebia e fumava - pelo menos é o que diziam sobre ele. O nome do meu primeiro amor foi Mara. Fazíamos catequeze junto. O pai dela tinha uma loja de tecidos na cidade. Ela era linda. Eu a amava mais que tudo. Amava tanto que meu maior prazer era acordar aos sábados às 7h para ir à catequeze vê-la. A gente voltava junto, passávamos na lanchonete do Nivaldo, comíamos. Era ia embora. Eu também. Isso bastava. Fiz catequeze 7 anos.

Mudei de cidade. Amei mais duas, talvez três garotas.


....... Presente......


Hoje, tenho 21 anos e algumas "estórias" para contar.


...Texto propriamente não dito...



De fato, um escritor, mesmo que amador como eu, deve concluir o propósito que o fez iniciar a escrever. Este texto escrevi depois de ter brigado com o mundo e comigo mesmo. Com a finalidade de sempre. Isto é: nenhuma.

Apesar da ausência de finalidade, devanear algumas palavras me faz sentir melhor. É um encontro comigo mesmo. E a partir de hoje, com um novo eu. Um cara que tem consciência do que pareceu ser, do que pensaram que fui e - mais importante- de quem foi verdadeiramente.


Enterro, pois, agora o passado. Preocupar-me-ei com o futuro. Construi-lo-ei agora.


E para não ficar muito formal: Foda-se o resto!!!


Goiânia, 31 de maio de 2010.

segunda-feira, 24 de maio de 2010


Às vezes me pergunto o porquê de complicarmos tanto nossa vida. Por que será que sabemos exatamente o que é o certo a fazer e mesmo assim insistimos em fazer errado? Por que será que é tão fácil dar conselhos a amigos e tão difícil segui-los?
Talvez, porque, todos nós, lá no fundo, sejamos um pouco hipócritas. Não por uma questão de escolha, mas por necessidade.

Passamos a vida toda buscando a tal da felicidade. Perdemos tanto tanto tanto tempo nos iludimos em busca do “par perfeito” e esquecemos que a única pessoa que pode nos fazer verdadeiramente feliz é aquela que vemos frente ao espelho...

Sartre afirmava que somos escravos da liberdade, e pensando bem, ele tem razão. Diariamente travamos uma incessante batalha contra nós mesmos, almejamos sempre o senso comum. Todavia, será que é isso mesmo que queremos? Será que após alcançar esse objetivo a vida melhorará? Inconscientemente tomamos escolhas que cremos ser as certas, mesmo quando ficamos inertes diante uma situação estamos tomando a decisão de nada fazer, entende? Utilizamos nosso livre-arbítrio... no fim das contas, somos mesmo escravos da liberdade. E o que machuca é saber que nossos heróis ainda são os mesmos.

Ocorre que muitas dessas nossas decisões nos trazem prejuízos, sofrimento, renúncia do hoje por um amanhã incerto.
Talvez aquele sorriso negado poderia ser a chave para a felicidade a dois. Quem sabe aquele esquisito que era apaixonado por você na infância, não era na verdade seu príncipe encantado (disfarçado)...

É estranho e intrigante como algumas pessoas passam por nossas vidas e marcam. Às vezes imaginamos tê-las eternamente ao nosso lado, são anjos que Deus manda para nos proteger, no entanto, anjos também vão embora. Se voltam ou não, não sei...

Há pessoas que pelo simples fato de existirem já nos fazem mais felizes... Lembre-se de sua família, de seus amigos, de suas paixões e amores - você deve muito a eles, foram eles e elas que contribuíram para você se tornar o que é hoje. E o que você é agora? Houve alguma evolução? Pense no que estava fazendo há um ano, pense como agia, como raciocinava, como tomava suas decisões. Experiências boas e frustrantes se passaram, você teve perspicácia para tirar algum proveito? Não se pode olhar para o passado sem se aprender alguma coisa para o futuro.

Não sou ninguém para dizer o que é certo ou errado, sou uma metamorfose estática, às vezes dinâmica. Um jovem que sonha com o futuro e adora reviver as coisas boas do passado, apesar do maldito preço da nostalgia. Aprendo com os meus erros e com os dos outros também, não tenho todo o tempo do mundo para errar, (in)felizmente.

Acho que voltar atrás diante uma decisão tomada impensadamente não é incerto, incerto é levar uma vida toda só pensando e nada fazer.

Dê valor às pessoas que te amam, sempre cuide bem delas, regue teu jardim para que as borboletas venham até você, persegui-las é perda de tempo, acredite. Aliás, acredite sempre, não importa em quem ou em que, mas acredite - é necessário. Quando tudo está perdido sempre existe um caminho.

Afaste-se de pessoas pequenas, egoístas e invejosas, elas não fazem bem. Fuja da beleza exterior, é coisa mais efêmera que existe no universo. Busque ser um pouco mais humano e enxergue o que aquele rosto ou corpo que não segue os padrões de beleza tem a lhe oferecer. Você não é e nunca será a pessoa mais linda do universo, portanto, ao trocar um sentimento verdadeiro, seja qual for, por um momento de “diversão” você estará simplesmente jogando fora seu tempo, talvez sua oportunidade de ser feliz, pois logo você será, também, trocado.

Aprendi da pior maneira que por mais que você ame alguém, não são as palavras bonitas, declarações de amor, ações ou cenas românticas como a dos filmes que a trarão para você. Isso é algo que está acima de nós. Continue acreditando, deixe o tempo fazer a parte dele. Faça a sua também, espere... espere... espere... Quem sabe um dia sua hora pode chegar... ou talvez não... Pessoas morrem a espera deste dia...

(...)

Não tenha medo de tomar uma decisão, ou melhor, você pode até sentir medo, mas supere-o. Tenha consciência de sua força. É ótimo poder levantar a cabeça e ver que mesmo o mundo tendo caído sobre ela, você foi forte para dar a volta por cima.
Valorize seus amigos, eles são sua segunda família. Tenha humildade para reconhecer um erro e nobreza para pedir perdão.

Nunca deixe de acreditar em seus sonhos, jamais! São eles que fazem você seguir em frente... Não fique magoado se algum sonho acabou antes de se realizar. É a vida, faz parte. Nem sempre vencemos. Campeões são aqueles que nunca desistem. Tentar não significa conseguir, mas todos que conseguiram um dia tentaram.

Não condicione sua felicidade a outra pessoa, seja ela quem for. Muitas das vezes nos deixamos encantar por um rosto bonito, por gostos em comum, por coisas que ambos sentem falta naquele momento. Isso tudo é gostoso, mas quase nunca dá certo. Vá levando a vida, você chegou até aqui sozinho, o que te impede de caminhar novamente? Nada! Você é o seu maior amigo e também inimigo. Tenha domínio sobre se próprio. Lembre-se de que pessoas entram e saem de nossa vida o tempo todo, só lembranças ficam.

Quanto às lembranças, guarde somente as boas. Esqueça traições, brigas, decepções... Não tenha mágoa de ninguém. Lembre-se que por pior que tenha sido uma pessoa em sua vida, em algum momento ela lhe foi útil. Seja tudo na vida, menos ingrato. Ingratidão machuca (e dói). Tenha a maturidade de saber que o mundo dá voltas, tudo que fazemos um dia volta para nós. É só uma questão de tempo.

Esqueça das coisas ruins. Olhe o sol, veja quão bela é a vida. Agradeça a DEUS por estar vivo. Amanhã será melhor que hoje, pense positivo. Nossos pensamentos movem o universo. Vá atrás de seus sonhos, lute! Coloque DEUS em primeiro lugar e você alcançará todos os objetivos de sua vida.

Pare de reclamar da vida, cresça e veja que você não tem nenhum problema em sua vida. Tem problema aquele que está com um ente querido à beira da morte, aquele que tem uma doença terminal, aquele que vê seu filho chorar de fome e nada pode fazer. Acorde!

Por que esperar se podemos começar tudo de novo, agora mesmo? Perceba que portas se abrem todos os dias, o problema é que nem sempre enxergamos. Às vezes nosso egoísmo, nosso orgulho ou mesmo a burrice nos cegam.
Defina prioridades em sua vida, elas determinarão seu sucesso. Preocupe-se com o que realmente tem importância. Esqueça esses detalhes que não te deixam crescer. Se preciso, mude radicalmente. Mudar é sinal de evolução.

Não acredite em tudo que digo, não se esqueça que sou humano, um dissimulado - vitíma da vida - mas ao menos reflita sobre essas simples e espontâneas palavras. Palavras de alguém que passou por uma fase difícil e começou a ver a vida com outros olhos. Um alguém tão jovem mas que já percorreu um longo caminho... Ouso a dizer que já conheci o céu e o inferno. Aconselho que se você quer ter a chance mínima de se decepcionar, acredite somente em você. No fim da estrada, você poderá olhar para trás e sorrir ou quem sabe chorar. Só depende de você!
[Dedicado a Biiiaa!]

quinta-feira, 20 de maio de 2010


Sim, revi velhos conceitos e analisei velhos sonhos.
Não há para onde correr. Certas coisas hei de deixar por conta do destino.
Vou seguir em frente. Pacientemente. Calmamente. Paulatinamente.
Talvez tenha sido somente uma crise imediatista, dessas que todos jovens possuem.
É bom passar por momentos difícies, é bom reconhecer os verdadeiros amigos, perceber o valor das coisas que realmente tem valor:
Deus, família e amigos.

E é isso, vou continuar seguindo em frente. Acreditar na justiça da vida. Acreditar no meu bom Deus.
Seguir em frente sempre...
Não parar jamais. Afinal a diferença entre buscar e alcançar pode ser de um único passo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

" , aquele papo sobre um futuro promissor, sobre renunciar o hoje em prol de um futuro 'tranquilo'..."

Por favor, não me venha, não hoje, com essa insana demagogia alienadora. Ditadora de sonhos. Venderam-me sonhos tão bons que cheguei a acreditar que eram meus!
Às vezes, cansa essa constante dosagem de "ânimo", essa fé em que as coisas irão melhorar, esse otimismo dissimulado o qual todo santo dia desse a garganta arranhando.
Estou cansado de correr na direção contrária, como dizia Cazuza: sem pódio de chegada ou beijo de namorada...

Está na hora de rever alguns princípios.!