"Como é vão sentar-se e escrever se você não se levantou para viver!
(Henry D. Thoreau)"


terça-feira, 29 de junho de 2010

Vim, Vi e Venci!


Eu sempre sonhei como seria o dia em que eu passasse no vestibular. Aguardei tanto por aquele momento tão almejado, fiz tantos planos.

Não foi fácil! Sempre que me sentia mal, fechava os olhos, lembrava da minha família, arrancava forças onde não mais existia, buscava consolo em Deus, pois eu sabia que uma hora, mais cedo ou mais tarde, chegaria a minha vez. Bastava eu não desistir. Aqueles que me conhecem sabem um pouco da minha luta. No entanto, só eu sei o que passei para chegar até aqui. Perdi a conta de quantas vezes quebrei a cara, quantos "quase", quantos "não foi dessa vez" tive que engolir. O peso dos sucessivos fracassos minava meu ânimo. Mas eu não podia parar, havia chegado muito longe para simplesmente desistir. Por trás do meu esforço, havia também uma série de pessoas que confiavam na minha capacidade. Havia pessoas maravilhosas que renunciaram muito por minha causa. Seria uma covardia imensa ser derrotado pelo cansaço. Eu havia planejado alcançar um objetivo e não iria parar até conseguir. Foram mais de três anos lutando. Três anos de renuncia, dedicação e sofrimento. Todavia, tudo tem um lado bom na vida, nesse tempo amadureci bastante e conheci pessoas incríveis, amigos que levarei por toda a vida. Mas confesso que não foi fácil ver todo mundo indo embora, entrando na faculdade, e eu ainda no cursinho. Aprendi, contudo, que não se deve ficar comparando a própria vida à dos outros. Cada um tem sua própria história, cada lombo sabe o peso que carrega. Como diria o poeta: "cada um sabe a dor e delícia de ser o que é".


[(Eu nunca havia desejado tanto algo na vida. MEDICINA, o ser médico, o poder salvar vidas, trazer vidas ao mundo...) Como eu estou com vontade de chegar logo em casa, dar um abraço apertado no meu papai já velhinho e dizer: "Eu passei, papai!". Quando eu tinha 8 anos, no dia dos Pais, dei uma camisa ao meu pai com os dizeres: "Papai, estou seguindo seus passos." Mais de 10 anos se passaram. E de fato segui, apesar de alguns desvios, um dia eu serei como meu pai, um dia serei médico.
Minha mãe não é médica, minha mãe é uma santa. Sem ela eu não seria nada. O amor de mãe é o elemento humano que mais se aproxima de Deus.]


Fiquei um bom tempo da vida planejando o que faria quando esse dia chegasse. E, graças a Deus, esse dia chegou. Não fiz nada do planejado. Não gritei, não quebrei parte do meu colégio, não pulei no Vaca Brava, não entrei em coma alcoólico. Ora! Eu não lutei tanto para justamente agora, quando atingi meu objetivo, ficar embriagado. Isso eu posso fazer depois. Nesse momento tão meu eu tinha a obrigação de sentir, de vivê-lo em sã consciência. E é maravilhoso a sensação de dever cumprido. Hoje eu posso olhar para trás e dizer com todas as palavras que valeu a pena. Como uma grande pessoa me disse um dia: "Tudo o que vale a pena ter, vale a pena esperar."


Bom, sei que palavras não vão expressar o que agora sinto. Mesmo assim arrisco um conselho já tão consagrado( e até piegas): Não desista do seu sonho! Eu sempre digo, vestibular é uma fila. Se você entrar nela e não sair, uma hora chegará sua vez.


Encerro com as sábias palavras do velho bruxo:
"Não precisa correr tanto; o que tiver de ser seu às mãos lhe há de vir."

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Mais uma história de amor

Era uma vez, numa cidadezinha distante e pacata, havia um garoto chamado João. Ele era popular e insólito. João não era daquelas pessoas que gostavam de andar por caminhos previamente determinados, ele trilhou conforme suas vontades cada passo que deu.

Na infância era destacadamente o aluno número um. João não era fisicamente forte, era magrelo, carregava cabelos pretos e lisos soltos ao vento, assim como sua sorte. Sua esperteza era ímpar, era sempre o primeiro a entender as piadas dos adultos. Todos o achavam "precoce".

E talvez precoce seja a palavra que melhor defina João. Nosso protagonista deu seu primeiro beijo por volta dos 10 anos de idade, na escadaria da igreja. Foi no dia em que havia saído de casa para ir à novena levar um frango assado, feito por sua mãe e embrulhado num papel brilhante e barulhento, que seria leiloado durante a festa. Esse foi o primeiro encontro de João com o amor.

Ficara encantado com tal experiência. Chegou a ficar dias pensando e revivendo aquele momento antes de dormir e ao acordar. O ambiente não foi dos melhores, nem direito a uma música o casal teve. Apesar de João ter esquecido o nome da menina, ele sente ainda hoje o gosto puro daqueles lábios morenos sujos de batom, a textura da pele daquele rosto pueril e a fragrância doce do perfume de menina. João se lembra perfeitamente da fisionomia da guria de fala mansa, assim como lembra da surra que levou do namorado dela no dia seguinte.

João aprendera a lição mais importante de sua vida: tudo tem um preço. Apesar de não ser rico, ele sempre quis as coisas mais caras. Sempre apostou alto, era ousado de nascença. João tinha sorte, principalmente com mulheres. Na adolescência não sabe quantos amores teve; mas como já mencionado, ele era diferente. Não foi só mais um rapaz que hoje seria popularmente classificado como um "galinha". Não. Aquele garoto tinha algo de especial que encantava as meninas. Alguns dizem que era seu silêncio, sua aparente seriedade. Talvez seus enigmas fossem convidativos a um jogo de descobertas. João sempre soube jogar muito bem. O tempo foi passando e ele aos poucos foi ganhando experiência. Aperfeiçoando suas táticas de batalha, conhecendo novos territórios, ultrapassando limites inimagináveis. João não sabia o que era perder no amor. Ele amou t-o-d-a-s suas amantes. Amou ao seu modo e à sua maneira, porém amou. O problema de João era que ele se apaixonava facilmente. Não era necessário a obra toda, uma parte sequer já era suficiente para fazer o coração joanino disparar. Apesar de míope, João era extremanente detalhista, uma vez se apaixonou pelas linhas da mão de uma mulher. Outra vez pelo sorriso. Olhos, nuca, seios, cabelos, nariz... tudo o encantava e o jogo começava: ele se aproximava, estudava a adversária, armava olhares, atacava com elogios. Normalmente isso bastava, mas quando não era o suficiente, João pedia reforços de músicas, cartas, promessas afáveis. Mas o silêncio era sua maior arma, quando estava quase derrotado, ficava calado num silêncio que ecoava. Era justamente nesse ponto que o jogo virava, a adversária de João estranhava a atitude, ficava confusa e ingenuamente baixava a guarda. Era o erro fatal. Nesse momento o guerreiro já conhecedor de toda a mulher, adentrava o pobre coração, descobria seus desejos e vontades... A batalha estava ganha, João, entretanto, antes de partir, sempre deixava uma semente de saudade, só depois partia em busca de novas conquistas. Mas ele sabia o preço da vitória. No fundo, ele deseja perder. Cada vez que saia vitorioso, crescia mais seu vazio, extendia a busca por mais e mais. Era uma droga poderoza e João um pobre viciado. Amou tantas, roubou de cada uma um pedaço daqueles pobres corações. João sempre quis preencher o vazio que o corroia internamente. Aos olhos alheios, ele nunca amou ninguém, mas ele sabe que amou todas porque não foi capaz de amar somente uma.

E a história de João continua depois. Agora o narrador precisa dormir, amanhã tem aula.

sábado, 26 de junho de 2010

Vai entender a vida...

Quando João mais precisava, Maria o abandonou!
Ela foi companheira durante 99% do tempo. Faltando, no entanto, dois metros para a linha de chegada, ela o empurrou! Ele caiu, se machucou e perdeu...



... perdeu Maria, não a corrida!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Uma pena, ou pluma

(Com quase toda a sinceridade do mundo)

Sabe... às vezes é difícil encontrar um sentido para as coisas que acontecem, talvez seja porque estejamos intrinsecamente ligados a ela. No entanto, com o rolar das águas nos damos conta de que nem tudo que existe deve ser entendido; contudo, como dizia Fernando Pessoa: "Tudo vale à pena se a alma não é pequena!"

Engana-se quem diz que o fracasso é o pior dos sentimentos, não! Fracassar é ter a certeza de que não era a hora certa; é ter consciência de que resignação de hoje representará, uma dia, o sucesso. Do fracassar se tem o consolo de poder erguer a cabeça, sorrir (ou chorar) e dizer: "eu perdi, mas eu tentei". E isso já é muito.

Cada oportunidade, cada nova experiência deve ser intensa e plenamente aproveitada, não se pode deixar que contratempos ofusquem a limpidez de um objetivo maior.

Saber o que é certo é muito fácil, fazer o certo é muito difícil. Muitas vezes somos desviados do nosso caminho, somos, de certo modo, obrigados a esquecer princípios, tomar atitudes embaraçosas, nadar contra a maré, lutar por algo que não trará nada, simplesmente nada. Tempo perdido? Claro que não, tudo vale à pena se a alma não é pequena.

Hoje, aqui; amanhã, lá. A roda-gigante da vida não pára. Saber quando, como, onde e o por quê é impossível, mas isso não deve ser enxergado como um obstáculo, e sim como um desafio. Disse e repito, nem tudo é para ser entendido. Há certas coisas que não admitem explicação, certas escolhas contrariam todos os preceitos de racionalidade.

As adversidades surgirão em toda a vida, sem elas não haveria graça. As escolhas, conseqüentemente, também. O sucesso é o somatório destas, multiplicado pela coragem e divido pela covardia.


A melhor hora é agora. "A águia não caça moscas". Um dia a gente chega lá, vamos ser relembrados com um leve ar de inveja e uma pontinha de arrependimento. Um dia vamos olhar para trás e não dizer, mas sim pensar: "Eu nunca perdi, foram eles quem deixaram de ganhar!"

... e quando esse dia chegar:
Deitem, então, em suas plumas e lastimem suas penas!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma vencedora...




Diferentemente da maioria das vezes, hoje, essas palavras gastas possuem um precedente. Acabo de ver uma foto. Não uma foto qualquer, mas a de uma mulher linda, inteligente e batalhadora. Poderia, deveras, escrever páginas e páginas acerca da obra como um todo, um conjunto que, diga-se de passagem, é raríssimo. Cairia, contudo, no medíocre senso comum se dissese que beleza e conteúdo são características difícies de se encontrar aos pares.

O que despertou minha atenção, entretanto, foram seus olhos cuja cor não sei precisar. Sinceramente, não foram, de fato, os olhos, mas sim o brilho de um sonho que emana da alma. Percebi, ao observar bem a tal foto, uma pontinha de tristeza profunda, dissimulada por um belo sorriso e momentaneamente esquecida em função da companhia de amigos. Uma tristeza íntima, antiga e constante.[quase amiga...]

Apesar da discreta tristeza, há explicitamente calado um sonho que suplica por voz. Um projeto de vida que é diariamente construído, hora a hora alimentado. Uma causa nobre é o que dá forças a essa tão distinta mulher. Ela é decidida, persistente, dura na queda. Ela, incrivelmente, consegue ser ao mesmo tempo séria e engraçada. Onde chega é o centro das atenções, não só e simplesmente devido à beleza; sobretudo destaca-se seu caráter, seu jeito de ser mulher. Seus discursos optativos são sinceros, os abraços são verdadeiros e as intenções sempre as melhores.

Ela, como todo ser humano, possui, todavia, momentos de incerteza. São nesses momentos que transparece aquela moça frágil, pueril, que acredita nas pessoas, que tem medo de baratas e cobras, que chora, que sofre, que carrega o mundo nas costas, aquela menina que um dia andava descalço e brincava de bonecas, que tinha o sonho de mudar o mundo.

Essa menina-mulher enfrentou "ritos de passagem" que a tornaram mais preparada para os desafios da vida. Tão preparada que, aos olhos dos desatentos, aparenta ser quase que auto-suficiente. Embora não seja. Ninguém é. Ela tem um sonho e quer por tudo realizá-lo. Para tanto, elegeu prioridades na vida. Renuncia muito em prol de um objetivo maior. Essa determinação é o que encanta todos que tem a sorte de estar ao seu lado.

Creio que a vida seja justa. Tenho a certeza de que ela está muito perto de chegar onde sonha.

(Eu sei que às vezes a espera indefinida, a incerteza, a inconcretude dos fatos são "pedras no caminho". No entanto, siga em frente. Pare, se preciso. Olhe para trás, reavalie as estratégias, mas continue seguindo. Não desista nunca. Seu potencial é incrível.)

Vá em frente e vença, minha guerreira!

"Não precisa correr tanto; o que tiver de ser seu às mãos lhe há de vir"

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Apaixone-se mais por você mesmo.


É interessante como certas datas mexem com o espiríto de muitas pessoas. Estamos a poucas horas do dia dos namorados e impressiona-me a quantidade de namoros relâmpagos que surgem do nada. Não creio que o cupido resolveu fazer hora extra.

Meados de 12 de junho é um período no qual a difícil tarefa de conviver exclusivamente consigo mesmo torna-se humanamente insuportável! Há um senso comum velado que faz com que o simples fato de estar só torne-se cruelmente penoso. Nessa época, costuma-se recorrer várias vezes à agenda do celular. Aquela menina não tão "bonitinha" adquire um valor substancial. Aquele rapaz não tão "legal" torna-se uma potencial boa companhia. Há um consenso implícito de que vale tudo, exceto passar o dia dos namorados - sábado - sozinho assistindo ao Zorra Total.

O encoberto jogos de interesses mútuos e convenientes passa a fazer parte das conversas de msn, das trocas de torpedos e, claro, das ligações sem aparente segundas intenções. Costuma-se fazer uma espécie de ranking humano: "vou tentar fulano, se não der certo eu falo com ciclano, mas se ele já tiver compromisso, aí, eu ligo pro beltrano. Ele sempre foi afim de mim mesmo." É como se existisse, sem base material, um cardápio no qual as opções não são necessariamente satisfatórias, mas que servem como um eventual "tira gosto". É uma maneira prática, como diz o ditado, de matar dois coelhos com uma só cajadada: consegue-se uma eventual companhia para uma data "especial" e ao mesmo tempo dissimular a, para muitos, triste realidade da constante solidão.


O dia dos namorados é também, para alguns, uma data nostalgica. Lembranças dolorosas povoam constantemente o pensameto. Não são raros os sentimentos de arrependimento devido a atos equivocados, à escolhas erradas. O tão famoso "se" entra em cena. "Se eu não tivesse traído". "Se eu tivesse dado mais valor". "Se eu tivesse sido sincero". "Se eu tivesse arriscado, talvez..." Tenta-se de toda a maneira, mesmo que em vão, voltar atrás e consertar velhos erros. Talvez um sorriso a mais, um abraço sincero ou simplesmente um olhar verdadeiro poderia ter proporcionado um presente menos insuportável. Mas se aprende, da maneira mais difícil, que o pretérito é imutável, duro na queda. Estático.


Esta data representa, ainda, uma cruel constatação àqueles que acreditam sempre levar vantagem com números. É triste habitar em vários corações, mas ter o próprio vazio. É angustiante ver aquela placa de "doa-se um coração" enferrujada pelo tempo. Ninguém gosta de morar em áreas inseguras. Um dia o beija-flor se cansa e, por ironia do destino, apesar de ter conhecido tantas flores, morre solitário entre espinhos.


O dia dos namorados, de fato, outrossim é um momento de alegria na vida de alguns tão poucos. Comemora-se verdadeiramente o tão raro encontro de duas almas. É uma data que fortalece laços. Disperdiça-se demasiadamente juras que ambos sabem que são impossíveis de ser cumpridas, mas que - naquele momento - aquela aparente verdade é tudo que os ouvidos apaixonados suplicam. Os enamorados parecem ignorar a lei da física que diz que dois corpos não ocupam um mesmo lugar no espaço... amam-se eternamente na infinitude da duração do encontro.


O dia dos namorados não é uma data que se deve, necessariamente, ser contemplada a dois. No entanto, deve-se, obrigatoriamente, passar enamorado. Não acredito que seja válido enganar-se estando com alguém em função de uma data pré-definida pelo calendário. Esse estranho querer "ser normal", adequar-se forçadamente a moldes pré-estabelecidos é o que me faz refletir acerca das atuais relações humanas. Há muitas pessoas que estão tão cansadas de si mesmo, e já tão saturadas, que involuntariamente buscam a solução de seus problemas em terceiros. Creio que seja incerto tentar de todas as maneiras fugir de si mesmo. Talvez falte apaixonar-se por si próprio. Amar àquela imagem que se vê todo dia em frente ao espelho, independentemente de peso, cor, altura etc. É necessário valorizar um poquinho mais a essência e deixar para segundo plano a aparência.


Portanto, se você, caro ( e possível) leitor, não tem uma companhia para a noite dos namorados, não se desespere. Dê uma chance a única pessoa do mundo que pode fazer você feliz: você mesmo. Apaixone-se mais por você mesmo.

sábado, 5 de junho de 2010

Espelho Plano


UAU!, como o tempo voa! 05/06/2010. Praticamente meio ano se foi; tempo que jamais há de voltar. Se muito, raras lembranças hão de permanecer temporariamente. No entanto, (in)felizmente, o tempo tudo há de apagar, quase tudo (não é bom generalizar!).
Eu, um simples vivente dessa sociedade pós-moderna e pré-perdida, sigo meu simplório e talvez errante caminho.
Não quero, nem é a hora de julgar o que fiz. Está cedo, creio. Prefiro reviver os bons momentos e ludibriar os ruins; se tal fato consiste em uma fuga à realidade, perfeito! Meio caminho andado!
Sabe, às vezes corremos demais. A cultura pobre e medíocre que nos cerca impõe valores pré-estabelicidos, há uma plastificação do gostos, costumes, ritmos. Se for verdadeira a tão famosa máxima de René Descartes "Cogito, ergo sum (Penso, logo existo!) !", arriscaria que 90% das pessoas não existem.
A percepção de tempo e espaço, é, indubitavelmente, distinta entre as pessoas; todavia, há de se ter, no mínimo, um pouco de bom senso e "abrir os olhos", procurar diferenciar o que realmente desejamos do que querem que desejemos. Isso é parece simples, mas não é!
Essas palavras soltas, entretanto, são um juízo de valor meu, portanto, não representa uma verdade insofismável. Claro, posso estar errado. Todavia, no dado instante, creio que isso me basta.
Talvez seja este o texto mais sem nexo que já escrevi. Dizem que os textos são a imagem do estado de espírito do autor. Talvez tenham razão. Entretanto, lembremos que há muitos dissimulados por aí.
Falando em dissimulados, veio-me à mente essa arte! Sim, embora contra o senso comum (lástima fatídica), enxergo a dissimulação como uma das mais, digamos, belas artes. Quero deixar claro que refiro-me à dissimulações autênticas, natas, intrínsecas! É completamente diferente do simplório "fingir!". Quando falo em dissimulação refiro-me às pessoas que nascem com esse dom, essa dádiva. Afinal, quem disse que a verdade é sempre o melhor caminho? Quem há de ser sincero e justo por toda a vida? Não, caro amigo, não hemos de crer em tal tolice.
Hipocrisia basta a minha, poupo-me, por favor. A realidade é dura quando nua e crua. Pobre beócio o ser que crê em tudo que vê e ouve. Aprendi que a teoria é linda; a prática, nem tanto.
Voltando ao cerne textual, se é que tal ainda há, nesses 6 meses quase vividos aprendi uma coisa: "Somos vulneráveis!" Claro que quando emprego tal verbo (aprender) utilizo-me de um eufemismo. Saber que somos vulneráveis até uma criança sabe, no entanto, às vezes precisamos de provas irrefutáveis.
Grande mal do ser, o ceticismo. Talvez se o homem deixasse um pouco de lado a razão e acreditasse mais, as coisas seriam mais fáceis.
Acreditar em palavras, gestos, intuições, olhares, sentimentos. Quem há de crer no próximo quando o que se vê cotidianamente é um exemplar das páginas apocalípticas? Convenhamos, não é fácil.
Talvez por isso, na minha opinião, tantas pessoas sofrem à toa. Sendo ou pouco menos genérico, há quem não crê em si mesmo. Dificuldades, quedas, fraquezas sempre hão de haver. Claro, se não, não chamariam isso de desafio!
E digo, é a coisa mais gostosa que há na vida. Os desafios, ah, como os amo! Sem eles, não viveria; no muito, vegetaria. Falando em desafio, irei estudar - o que consiste outrossim em um enorme desafio. No entanto, tenho que lugar - por enquanto. Portanto, tenho outras batalhas para vencer, no mais.