"Como é vão sentar-se e escrever se você não se levantou para viver!
(Henry D. Thoreau)"


domingo, 29 de setembro de 2013

Programa Mais Médicos: Fatos e Números que o Governo não divulga




Lançado oficialmente em julho deste ano, pelo Governo Federal, o Programa Mais Médicos tem causado diversas discussões acerca da saúde pública no Brasil. Gostaria de esclarecer alguns pontos e expressar minha opinião sobre o assunto.

É importante, primeiramente, relembrar o contexto no qual nossa Excelentíssima Presidente, Dilma Russeff, anunciou informalmente a importação de médicos. Foi na terceira semana no mês junho, logo após o período de grandes manifestações populares, que levaram milhões de brasileiros, insatisfeitos, às ruas. Naquele momento, segundo pesquisa CNI-IBOPE, a reprovação do Governo de Dilma, em relação à saúde, era de 77%.

Tão importante como relembrar o contexto, é fundamental esclarecer como normalmente funciona (ou funcionava) a importação de um médico que, eventualmente, se dispuser a exercer a profissão no Brasil. Há uma prova, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas médicos – REVALIDA –, elaborada e aplicada pelo Ministério da Educação (MEC), na qual todos os médicos formados no exterior devem se submeter. Essa prova tem o objetivo de verificar a qualidade do ensino fornecida ao médico estrangeiro e certificar suas habilidades como profissional da saúde. Em 2011, 677 médicos se submeteram ao REVALIDA e apenas 65 foram aprovados; em 2012 foram feitas 884 inscrições e apenas 77 obtiveram resultados positivos (índice de aprovação inferior a 9%). Ou seja, a cada 100 médicos formados no exterior, que desejam trabalhar no Brasil, 91 deles não tem formação acadêmica adequada, segundo o MEC.

A justificativa do Governo em importar médicos é a falta médicos no Brasil. Isso não é verdade. Atualmente, nosso País tem em média dois médicos para cada grupo de mil habitantes, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM). A média recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de um médico para cada mil habitantes.  

Mesmo com tantos médicos, por que a saúde pública brasileira é tão ineficiente? Seria culpa exclusivamente dos médicos? Seriam os médicos desumanos, egoístas e mercenários? Importando milhares de médicos, sem certificar sua qualificação, resolveria os problemas da saúde no Brasil?

A saúde pública é frágil, ineficiente e vergonhosa. Há, de fato, concentração de médicos em determinadas regiões como sul e sudeste, enquanto nas demais há, sim, déficit desses profissionais. No entanto, a solução não é importar médicos e os alocarem nesses confins. Isso é, como diz o ditado, tapar o sol com a peneira. Um Governo sério, compromissado com a saúde e vida de sua população, deveria, no mínimo, ter o bom senso de combater as causas dos problemas e não utilizar medidas paliativas e eleitoreiras. Não há médicos em certas regiões porque não há infraestrutura, condições dignas de trabalho, segurança, plano de carreira e direitos trabalhistas (13º salário, férias, FGTS, aposentadoria). Assim como “uma andorinha só não faz verão”, um médico sozinho não faz saúde. É necessária uma equipe multidisciplinar composta por odontólogos, enfermeiros, fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, agentes de saúde, médicos etc. Bem como materiais e estrutura física para que esses profissionais possam exercer suas profissões em plenitude.

Obviamente, resolver o problema da saúde no Brasil não é fácil. Surgido há 25 anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos mais admirados e premiados no mundo, acredite! De fato, em teoria, o SUS é um ótimo sistema. Na prática, poupo minhas palavras e deixo o julgamento a critério de quem um dia ficou doente precisou utilizar tais serviços públicos.

Por que, entretanto, há essa distância monstruosa entre a teoria a prática? A resposta é simples: ineficiência governamental. Possuímos um Governo hipócrita e corrupto que, em suas falas, por exemplo, justifica a importação de médicos dizendo que não há pediatras para cuidar das crianças. É verdade, faltam pediatras, bem como faltam vagas de especialização na área (na Universidade Federal de Goiás, por exemplo, são abertas apenas 7 vagas por ano). Todavia, esse mesmo Governo, segundo o IBGE, anuncia que em 2027 nosso país terá mais pessoas acima de 60 anos que jovens de até 15 anos, ou seja, a população está envelhecendo. No entanto, o Governo não se prepara e procura formar mais Geriatras (médicos especialistas em cuidar de idosos). Percebe-se que o Governo não está interessado em de fato sanar os problemas, mas sim usar medidas paliativas e ineficientes – com o intuito enganar a população, sobretudo àqueles mais humildes, e garantir votos para próxima eleição.
Segundo dados da OMS, a cada um real investido em saneamento básico, economiza-se quatro reais em gastos com saúde. Hoje, 45% das cidades brasileiras não tem sequer tratamento de esgoto. Não seria novidade se eu dissesse que milhares de brasileiros aguardam em média seis meses, na fila do SUS, por um exame de tomografia computadorizada. Se importarmos a quantidade de médicos proposta, devemos sextuplicar toda aparelhagem pública da rede de diagnósticos para manter a mesma ineficiência de hoje!

Até o momento o Governo Federal investiu na saúde apenas 26,2% do total disponível para a compra de equipamentos e realização de obras, segundo a Organização Contas Abertas. O percentual equivale a R$ 2,6 bilhões, que inclui o valor de R$ 1,9 bilhão pago em restos a pagar, ou seja, compromissos de anos anteriores, mas só pagos no atual exercício. Até o momento apenas 39 médicos (6% do total de 633 médicos “importados”) tiveram seus registros liberados e estão aptos a trabalhar legalmente no Brasil. Com esses números fica mais do que claro que o Governo não está preocupado com a saúde do povo. A intenção velada do Governo é simplesmente ludibriar a população, edificar e santificar a imagem da Presidente Dilma Rusself (candidata à reeleição) e do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha (candidato do PT ao Governo de São Paulo).  Pesquisa do IBOPE, divulgada em setembro, mostra que, infelizmente, essa manobra ardilosa tem surtido efeito. Em junho (antes das Manifestações) 71% dos entrevistados aprovavam o Governo Dilma, em julho (pós-manifestações) esse número despencou para 45%. Em Setembro (após o lançamento do Programa Mais Médicos) o percentual subiu novamente para 54 pontos.  Outros dados interessantes: em julho, 49,7% dos entrevistados se diziam a favor da importação de médicos, em setembro nada menos que 70,38% dos participantes se dizem a favor do programa Mais Médicos, segundo pesquisa CNT/MDA . Como esse número aumentou tanto em tão pouco tempo? Obviamente esse fato não se deve aos 39 novos médicos estrangeiros. Isso é um exemplo claro de manipulação de massas, por meio de propagandas governamentais – propagandas essas que somam em média R$ 1,78 bilhões ao ano (média 23% maior quando se comparada ao Governo Lula).

Portanto, o que quero expressar – e para tal lanço mão de todos esses números oficiais como fundamentação da argumentação - é que o Governo Federal está mais uma vez enganando a população, gastando dinheiro público desnecessariamente  e não está fazendo nada para melhorar a questão da saúde pública brasileira. Gostaria de deixar claro que não sou contra a vinda de médicos estrangeiros, desde que todos se submetam ao REVALIDA e comprovem sua capacidade profissional.  Sou, sim, absolutamente contra um Governo que tenta manipular a população, eximir-se de sua responsabilidade social (muito bem clara na Constituição Federal , artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado”) e ainda tentar denegrir toda a classe médica, vendendo a imagem de que esses profissionais são desumanos e mercenários, além de colocar sobre essa mesma classe o fardo dos problemas da saúde pública.

Por fim, gostaria de sugerir que cada cidadão escolhesse melhor seu representante, pesquisasse seu passado político, avaliasse bem suas propostas e, quando eleito, cobrasse e fiscalizasse constantemente o trabalho prometido em campanha. É triste saber que há cidadãos que não lembram sequer em quem votaram. Estou cansado de ver gente morrer na fila do SUS, pedindo que Deus os ajude. Até onde sei, Deus não faz campanha e pede votos. Ou a gente muda o jeito de votar, ou vamos ter que continuar pedindo proteção aos céus.

Escrito por Fernando Arataque Filho.
Goiânia, setembro de 2013.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Nunca acreditei muito em coincidências, sempre procurava pensar que as coisas simplesmente aconteciam, e pronto. Com o passar do tempo, fui adquirindo experiência e tive a sorte de ter a perspicácia de observar melhor os fatos, com um olhar mais amplo, procurando sempre estar desprovido de preconceitos. Com isso, pude observar e aprender que o universo é incrível. As coisas acontecem quando tem de acontecer, na hora exata. Não adianta desistir na primeira dificuldade, tampouco insistir em algo que se sabe ser impossível sua realização. Talvez melhor a se fazer, é nada fazer. Isso mesmo. Deixar que as coisas fluam naturalmente. Arriscar na hora certa e recuar quando preciso. Como saber quando fazer cada coisa? Nunca se sabe, os livros não ensinam. É algo que aos poucos vai se aprendendo, mas nunca tem fim. E é isso que torna a vida incrivelmente gostosa! É aquela dúvida: insisto ou desisto? Condeno ou perdoou? Aponto o dedo ou estendo a mão? ...
Sabe, a vida é cheia de surpresas e também armadilhas. Não há um mapa no qual diga "aqui é confiável, vá em frente, ou "ei, volte, aí é perigoso"! Em nossa estrada, cada passo é uma decisão e certamente terá consequências. Talvez saber viver seja simplesmente caminhar, sem medo, sem receio, com ou sem companhia. Talvez ser feliz seja aceitar. Aceitar erros e acertos, aprender com aqueles e crescer com estes. 
Mas uma coisa não se pode perder, a FÉ. Não somente a FÉ em um ser superior, o qual rege o universo, mas a FÉ em si mesmo. É acordar todo dia, agradecer a Deus pela oportunidade de poder abrir os olhos e saber que esse dia é único, e o mais importante de nossas vidas. É dormir sonhando com um objetivo e acordar com determinação para realizá-lo. É saber que nada cai do céu. Embora vivamos sempre pedindo, a ele, proteção e saúde. 
Resumindo, é fazer nossa parte e deixar que as coisas aconteçam. E ficar atento às oportunidades e sinais, que as vezes não damos a devida atenção e chamamos apenas de coincidência...