"Como é vão sentar-se e escrever se você não se levantou para viver!
(Henry D. Thoreau)"


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Soneto a uma libriana





















Que sentimento é esse? Por que amar-te tanto?

Diz-me, ó amada, o tens que me encanta?

Não usas véu, mas és santa. Do meu eu és governanta

Não fui santo, dize-me quanto custa a indulgência do meu pranto?



Em meus sonhos és minha, quimera terna traz-me felicidade

Melancólica se faz a realidade. Vives em meu coração

Sempre quiseste bem. Se algum mal lhe fiz, peço perdão

Nunca foi a intenção. Sabes que tens meu amor e amizade



Sei que a mim falta paciência, acredito que ainda há de ser

Geramos boas sementes e juntos as plantamos

Se a vida é justa, bons frutos iremos colher



A mim só resta resignação. Jamais deixar de acreditar

Porque tu és tudo que desejo nessa vida

Deixe estar. Mas eu sei: tem que morrer para germinar




 Escrito por Fernando Arataque Filho, entre a primeira e segunda semana de dezembro de 2014.


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Soneto de mim mesmo e dos amores que (tive)













Em meu peito, carrego comigo lembrança
Dos tempos áureos da vida humana
Película de quando ainda era criança
Cenas que misturam fases gregas e romanas

No palco da vida fui moleque, palhaço e aspirante a poeta
Meu enredo criei e dirigi, ao meu modo encenei
Houve monólogo, comédia, tragédia... cada ato ainda me afeta
Sorri, chorei. Cai, mas nunca desisti. Vivi tudo que amei

Personagens maravilhosas tive a sorte de conhecer
Doaram-me mais que companhia e talento
Entregaram-me a melhor parte de mim. Difícil é esquecer

Agora sem plateia sinto nostálgica mansidão
Quando comecei a escrever eu já sabia
O fim de quem ama é sempre a solidão


Fernando Arataque Filho
Escrito em 08/12/2014